No segundo dia do Fórum Internacional de Administração (FIA), 27/11, um dos painéis que chamou atenção do público foi o denominado “Fronteiras do Possível: Gerações, Inteligência Artificial e Pessoas”. Comandada pelo Mediador Gilmar Camargo, vice-presidente do CFA e coordenador-geral da Comissão de Organização do Jubileu de Diamante, a palestra discutiu os choques de gerações e as mudanças ocasionadas pela tecnologia.
No início, o vice-presidente do CFA chamou a atenção para três tipos de racionalidades que precisam entrar em harmonia, mas, em sua visão, nem sempre acontecem. São elas as racionalidades 1) biológica e neuro humana; 2) institucional e democrática e 3) tecnológica e das organizações.
Na sequência, ele passou a palavra para o deputado distrital Thiago Manzoni, que destacou as mudanças da sociedade, em especial a relação entre seres humanos e tecnologia. Afirmou que todo ser humano é governado por um sistema de crenças, sendo a vida um pacto entre gerações, na qual a geração mais atual recebe tradições e virtudes que foram testadas e aprovadas ao longo do tempo.
Na sequência, chamou atenção a exageros que tendem a querer mudar modelos antigos de forma abrupta e sem a racionalidade mencionada por Gilmar. Destacou a maneira como acontecem as sequências de mudanças natural.
“Não existe geração que possa apagar tudo o que foi construído anteriormente e pensar que a partir de agora pode começar tudo do zero. É impossível ir contra todo aquele modelo que perdurou durante milênios e que foi testado ao longo do tempo e vigorou”, disse.
Na sequência, o administrador, Celso Leonardo explicou como acontecem as mudanças de realidade nos cenários dos mundos Vuca e Bani. Acrônico das palavras inglesas para volátil, incerto, complexo e ambíguo, o palestrante explicou que o fenômeno Vuca continua a existir, ao lado do mundo Bani (acrônico para as palavras, frágil, ansioso, não-linear e incompreensível) — ambos não estão superados e continuam a coexistir, pois as pessoas vivem em diferentes momentos.
“Precisamos tratar essas sequências não lineares, do Bani, por exemplo, na nossa realidade. Para muitos, um post na internet pode mudar toda a realidade, e depois de apurar o assunto, aquilo pode ser completamente diferente do que de fato é”, comentou.
O administrador destaca como a Era da Inteligência Artificial (IA) trouxe mudanças significativas para setores como inovação e produtividade; mercado de trabalho e novas habilidades; e ao crescimento econômico. Também impactou sociedades e a Ética; tomadas de decisão e estratégia; e a experiência humana e a personalização.
Celso Leonardo ainda destacou a importância de as organizações terem gestores ambidestros. Esse profissional reuniria as qualidades do que chamou de DNA do profissional 5.0, que reúne agilidade, curadoria de IA, liderança efetiva de times de alta perfomance e pensamento de intraempreeendedor.
Complexidade Humana
Na sequência, a uruguaia Beatriz López, especialista em Gestão da Tecnologia, Inovação e Neurobiologia Humana Aplicada às Organizações, chamou atenção à importância das pessoas no atual contexto. Segundo ela, tanto as pessoas não conhecem seu próprio potencial, como existe a tendência de muitas organizações não valorizarem adequadamente seu capital humano como profissional e como pessoa.
A especialista destacou que cenário atual é o que chamou de “Era da Consciência”, com a necessidade de explodir ou botar para fora tudo aquilo que nos faz humanos. Em geral, só percebemos um pequeno espectro da existência, por isso precisamos notar como nosso corpo e nossa consciência responde aos estímulos externos.
“Você é muito mais complexo que seu perfil no Instagram. Precisamos nos conhecer com propriedade e conseguir responder de forma mais consciente aos estímulos que somos cotidianamente expostos”, sentenciou.
Leon Santos
Assessoria de Comunicação CFA
