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Bye, bye, Brasil  

Brasileiros com conhecimento especializado em TI estão mais propensos a deixar o País, em troca de boas oportunidades no exterior

William Yonamine começou 2020 de forma diferente. Aos 32 anos, o analista e programador deixou o emprego bem remunerado e estável, em São Paulo, e mudou-se para Dublin — capital da República da Irlanda. 

E ele não é o único. Segundo pesquisa do Boston Consulting Group (BCG), 87% dos profissionais brasileiros em computação desejam deixar o País, enquanto a média mundial é  de 67%.

Denominada Decoding Digital Talent, o estudo do BCG (em parceria com a empresa The Network) entrevistou 27 mil pessoas, em 180 países, e revelou que profissionais que possuem conhecimento e especialização em programação; desenvolvimento web e de aplicativos, bem como inteligência artificial e robótica estão entre os mais propensos a deixar o País.

Yonamine conta que seu salário aumentou 120%, mas, se comparado com o elevado custo de vida de Dublin, os valores brasileiros e irlandeses ficam equiparados. Contudo, outras vantagens também atraíram o jovem programador.

“Aqui não precisamos ficar até tarde na empresa para entregar os projetos. Além disso, podemos dividir as férias em quantas vezes quisermos, e temos poder de compra mais alto do que no Brasil”, relata.

Além dos benefícios salariais, outro dos motivos que o atraiu foi a oportunidade de aprimorar-se na língua inglesa, bem como rechear o currículo com uma vivência internacional. “Acho que a experiência de ter trabalhado no exterior já agrega bastante na carreira profissional, e o jeito deles de pensar — diferente do que se aplica no Brasil — também agrega bastante”, explicou.

Destinos

Um dos locais preferidos pelos brasileiros é o Canadá. Foi pra lá que o mineiro Rafael Moraes mudou-se com a esposa Geisa Paiva, há quase 2 anos.

Ele, que é desenvolvedor de software, também estava empregado e satisfeito na empresa em que trabalhava, quando deixou o Brasil. Moraes tinha um salário que considerava razoável e lhe proporcionava boa qualidade de vida.

Mas a possibilidade de aprimorar o inglês pesou na decisão. Segundo ele, na área de tecnologia saber o idioma é quase um dever, pois o profissional de Tecnologia da Informação (TI) precisa lidar no cotidiano com tecnologias que têm como língua-base o inglês.

“E, muitas vezes, o suporte para implementar uma tecnologia é fornecido por empresas do exterior. Então, decidi me mudar, com o objetivo de aumentar minhas qualificações profissionais”, explica.

Leia o restante desta matéria na Revista RBA, Ed 134.

Por Elisa Ventura, Assessoria de Comunicação – CFA