A importância do planejamento estratégico e da profissionalização na gestão esportiva com sustentabilidade foi o tema da palestra, que aconteceu durante o XXIX Encontro Brasileiro de Administração (Enbra). O evento, realizado em Belém do Pará, reuniu profissionais de Administração, estudantes e professores para discutir a importância da profissão para o desenvolvimento estratégico do país.
O painel contou com a participação do atual presidente do Conselho Deliberativo da instituição do Clube do Remo, Fábio Bentes; do vice-presidente da CBF, Ricardo Gluck; e do conselheiro federal do CFA, Adm. Emir Silva.
Gluck falou que o planejamento estratégico em um clube de futebol já é, por si só, muito desafiador devido as constantes pressões externas, principalmente das torcidas. Para ele, um dos maiores desafios foi o período da pandemia, pois o planejamento precisa ter uma projeção do futuro e, na época, ninguém sabia quando as partidas de futebol poderiam voltar a acontecer.
Para Fábio, o que é importante no planejamento? “Saber onde você quer chegar no futebol, assim como na vida, obviamente em casa, mas a gente precisa saber onde a gente quer chegar”, disse, reforçando que futebol é probabilidade, não estatística.
Ele disse, ainda, que o “planejamento estratégico é o nosso melhor jogador”. “O futebol tem espaço para o azar, nunca para a má gestão. A paixão impulsiona o futebol, mas a gestão é o que faz dele sustentável”, completou o gestor.
Durante o painel, os palestrantes destacaram que a gestão esportiva vai muito além do campo. Segundo Cluck, “o futebol brasileiro só conseguirá alcançar um novo patamar de excelência se investir em governança, transparência e planejamento de longo prazo”. Ele frisou que o cenário atual exige dirigentes capacitados e comprometidos com resultados não apenas esportivos, mas também institucionais e financeiros.
Emir, que também tem vasta experiência na área de gestão esportiva, fez comentários e alertou para a falta de profissionalização das diretorias dos clubes. Ele comentou, também, que a vida do atleta não é muito fácil e perguntou aos painelistas a opinião deles sobre a SAF. “A SAF é uma tentativa de profissionalizar isso, né?!”, perguntou.
“Quando se fala em SAF, as pessoas já pensam que vai vender o clube. Mas não é isso. Se trata dessa profissionalização que você falou. E os clubes brasileiros vivem, hoje, um super endividamento. Mas a SAF é um modelo que a gente precisa compreender melhor”, comentou Glock.
O painel ressaltou ainda a necessidade de formação contínua para dirigentes esportivos e a importância de integrar profissionais da área da Administração nas estruturas dos clubes e federações. Ambos os palestrantes concordaram que o futuro do esporte passa, obrigatoriamente, por uma gestão mais técnica e estratégica.
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA

