Processo de inovação e como funcionam o movimentado mercado de startups foram destaque na tarde de hoje no Enbra
Inovação não é para amadores e ela é o caminho inevitável para onde vai a economia brasileira, no melhor estilo matar (a letargia) ou morrer (falência). Essa foi uma das principais mensagens da palestra “Inovação Corporativa como Transformadora dos Negócios”, realizada na tarde desta quinta-feira no ‘Encontro Brasileiro de Administração (Enbra)’. Entre os palestrantes desta tarde estavam Paulo Justino (CEO & Founder at FCJ Venture Builder), Emílio Parolini (CEO da Varejo Ventures) e Leandro Stok (CEO da Startup Think).
Primeiro a palestrar, Justino definiu o conceito de startup como sendo “empresa nascente, com um negócio inovador”, ao contrário de apenas uma empresa que está sendo criada. Na sequência, ele diferenciou o que as empresas e empreendedores buscam.
Segundo Justino, as empresas querem 1) aproximar-se do mindset empreendedor (cultura empreendedora e de inovação); 2) a complementariedade dos negócios (busca por algo que não conseguem apenas internamente); 3) retorno financeiro sustentável e 4) atração e retenção de talentos. Já os empreendedores buscam 1) recursos financeiros e acesso ao mercado; 2) projeção da marca; 3) sinergia operacional e 4) ganho de escala.
O empresário ainda relatou alguns dos meios pelos quais acontecem os processos de inovação. São eles o hackathon (ginganas empreendedoras), coworking (compartilhamento de espaços e recursos voltados ao trabalho), incubação (ajuda em processos inovadores — em todas as fases, até que possam ser lançados no mercado) e aceleração (expansão do crescimento com escalabilidade: mais clientes e poucos custos).
O CEO da FCJ Venture Builder ainda complementou ao citar dimensões do corporate venture; especificamente, em como sua empresa lida com startups e com processos inovadores. Ele explicou que a inovação pode ser do tipo fechada (promovida dentro da organização) ou aberta (realizada em outra instituição fora da empresa, com mais experiência no quesito). Os processos ainda podem ser do tipo internos (quando a empresa desloca um profissional para assumir a área de inovação) ou externo (contrata-se uma empresa experiente no ramo, que fica responsável pelo processo de inovação de sua organização).
Disse preferir o processo de inovação aberta e externa, por ser um processo mais rápido, barato e com melhores resultados. Além disso, tornaria a empresa mais competitiva e ágil.
“Por meio da inovação aberta e externa ocorre a criação de uma nova empresa, onde a corporação tem o controle acionário, permitindo desta forma ter a agilidade e flexibilidade necessária para desenvolver e fomentar a inovação com governança. Além disso, possibilita aos executivos e colaboradores serem investidores desta iniciativa, com objetivo de retenção e atração de talento, criando o espírito de pertencimento”, explicou.
Atuação
Na sequência, Emílio Parolini falou da união de sua empresa com a de Justino, no projeto denominado Board Academy. Eles oferecem a empresas que atuam no varejo soluções de inovação e crescimento tal como se fossem startups.
A Board Academy também atua como uma Edtech — empresa que trabalha na formação e desenvolvimento de conselheiros consultivos, agentes independentes, fiscais e na administração de empresas com conceitos inovadores. Sua missão é tornar a governança acessível a todos, com foco na longevidade das empresas e no interesse de seus stakeholders.
“Temos exatamente 389.957 pessoas impactadas com esse modelo, 1.950 membros no Brasil, um Net Promoter Score de 96 (métrica de lealdade do cliente) e 13.950 board members globais (membros do conselho mundo afora). São números expressivos e vão de encontro ao que está feito nos ambientes mais inovadores como Vale do Silício ou qualquer outro grande campo tecnológico e empreendedor”, diz.
Ao final, o empreendedor Leandro Stok falou de sua empresa e como eles oferecem soluções para quem não sabe nada sobre startup, mas tem uma ideia disruptiva e gostaria de entrar nesse mercado. Apresentou o site da Startup Think, e como qualquer pessoa pode procurá-lo e iniciar sua própria empresa.
“Damos todo o suporte para as pessoas que realmente querem fazer acontecer terem uma chance nesse mundo cada vez mais competitivo e disruptivo. Não basta ter uma ideia original para fazer inovação, é preciso saber como operar todos os meios para concretizar essa ideia e depois fazer a empresa permanecer competitiva no mercado”, finalizou.
Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA