Os registros de agressões de violência doméstica em 2023 cresceram 9,8% em comparação ao ano de 2022, totalizando cerca de 260 mil (258.941) casos. Esses dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e se baseiam em informações das secretarias estaduais de segurança, polícias civis, militares e federais, entre outras fontes.
O aumento de casos de agressão contra a mulher motivou a síndica, profissional formada em Administração, Alessandra Alba, a intensificar as ações de combate a essas investidas. As práticas escolhidas pela especialista em implantação de condomínios contam com comunicados, campanhas de conscientização, informando canais de denúncias — podendo ser anônimas. Ela afirma que o anonimato deixa as pessoas mais confortáveis em prestar queixa, já que a identidade será mantida em sigilo.
“Outro item bastante importante, e eficiente, é a capacitação dos funcionários, para que no momento da ocorrência eles saibam como agir, até mesmo no acionamento de uma força policial quando necessário”, explica Alessandra.
De 2021 até 2024 os casos de violência doméstica cresceram em 55% nas unidades administradas pela empresa G2A Gestão de Condomínios. Diante disso, além das ações citadas pela Alessandra, o administrador da empresa Giovanni Gallo decidiu promover o contato entre moradores, como festas de confraternização ou atividades coletivas.
De acordo com Gallo, a comunicação e convívio entre vizinhos, além de criar uma rede de apoio interna e consolidar uma amizade, acaba por facilitar o cuidado e envolvimento dos inquilinos ao haver um crime do tipo. Ele ainda defende que essas agressões atingem a todos e não só a vítima, por isso ignorar essa problemática perpetua o ciclo de violência.
“Uma ação coletiva pode, além de salvar vidas, criar um ambiente mais seguro e saudável. Por isso, quando todos se envolvem, há mais apoio para as vítimas, mais conscientização, e a violência deixa de ser tratada como um problema privado. Dessa maneira a gente consegue promover uma justiça e prevenção”, explica Gallo.
A violência doméstica pode se caracterizar pelos seguintes aspectos:
- Física – Fere a integridade ou saúde corporal da vítima, como atirar objetos; espancamento; estrangulamento, etc.
- Psicológica – Causa danos emocionais, pode degradar ou controlar as ações da vítima, como humilhação; perseguição; vigilância constante; ridicularização, etc.
- Sexual – Obrigar uma relação sexual não consentida, por meio de chantagens; uso da força; estupro; até mesmo impedir o uso de métodos contraceptivos, etc.
- Patrimonial – Ações que retenham, subtraiam, destroem parcial ou totalmente de seus objetos, desde documentos até bens.
- Moral – Caluniar, difamar ou injuriar a vítima, como expor a vida íntima; desvalorizar pelo modo de se vestir, etc.
Vale lembrar que a violência doméstica não é cometida apenas contra mulheres, denuncie! Se você ou alguém que você conhece sofre algum tipo de violência doméstica, ligue no 190 para a Polícia Militar ou no 180 para a Central de Atendimento à Mulher.
Adriana Mesquita
Repórter Rádio ADM
Ana Clara de Lima
Estagiária de jornalismo, sob supervisão.
Assessoria de Comunicação CFA