Tema é parte de discussões que pensam o futuro da administração e inclui tendências e casos de sucesso
No segundo dia de palestras, o Encontro Brasileiro de Administração (Enbra) trouxe como um dos temas a importância da Agenda ESG (socioambiental) para o futuro das organizações. A palestrante Daniela Pedrosa, CEO da empresa Ambipar, falou sobre as vantagens de investir em culturas socioambientais, bem como a forma como a empresa que representa investe no ESG em seu dia a dia.
Daniela iniciou sua exposição mostrando o tripé da sustentabilidade, desenvolvido por John Elkington — que elenca o fator ‘pessoas’, ‘planeta’ e ‘lucro’, como um conceito formulado em 1994 —, mas que hoje já é a prática recorrente em organizações de sucesso. Na sequência, ela destacou os dezessete “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030 (ODS)”, formulados pelas Nações Unidas, em 2015.
Há menos de sete anos para o fim do prazo estipulado para implementação das ODS, Daniela destacou que, mesmo com a pandemia, o mundo não se atentou para a importância de cumprir tal agenda. “Faltam seis anos e alguns meses para o deadline desse compromisso assumido pelos países, porém não chegamos a implementar nem um terço dessa meta”, destacou.
A CEO da Ambipar ressaltou que entre os principais desafios para o futuro está administrar um mundo com 8,3 bilhões de pessoas, estimadas para 2030, e ao mesmo tempo aumentar em 50% a produção de energia limpa, em 40% a produção de água potável (seja por conservação, dessalinização ou reciclagem) e em 35% a produção mundial de comida.
“Sabemos que em algum momento a falta de preocupação com o ESG vai impactar o Planeta. Já vemos isso agora, com tantas enchentes e outras catástrofes ocorrendo mundo afora, porém o mais importante é sobre o que vamos fazer a partir disso”, questionou.
Tendência
Com fala do cientista político, empresário e financista norte-americano Laurence Douglas Fink (Larry Fink), Daniela destacou que as perspectivas de crescimento das empresas são indissociáveis de suas capacidades de operar, de forma sustentável, e de atender aos interesses de seus stakeholders.Tanto ela quanto o magnata americano não têm dúvidas de que o ESG é muito mais que uma tendência, mas sim uma questão de sobrevivência.
“Um forte senso de propósito e um compromisso com as partes interessadas ajuda uma empresa a se conectar de forma mais profunda com seus clientes e a se ajustar às mudanças nas demandas da sociedade. Em última análise, é o motor da rentabilidade a longo prazo”, diz Fink, citado por Daniela.
A CEO mencionou cerca de 200 estudos da universidade Oxford, com a escola de negócios Arabesque, em que 90% das pesquisas mostram que a sustentabilidade reduz o custo de capital das empresas. Além disso, 88% mostram que práticas ESG resultam em melhor desempenho operacional das organizações; e 80% dos levantamentos indicam que o preço das ações é positivamente afetado por boas práticas de sustentabilidade.
Daniela afirma que o capitalismo conhecido até hoje está fadado ao fracasso. Diz que o ‘novo capitalismo’ envolve empresas que atendem a seus acionistas e a seus demais stakeholders: em especial seus funcionários e clientes, mas também instituições e indivíduos improváveis, tais como escolas públicas e moradores de rua, em todo o mundo.
Modelo Ambipar
Com modelo baseado em desenvolvimento sustentável e adaptabilidade, a Ambipar trabalha em compromisso com as partes interessadas, e com pensamento estratégico. Os quesitos gerariam lideranças transformadoras e resultados orientados por processos, gerando valor para toda a comunidade.
A empresa foca nos três pilares da sustentabilidade: pessoas, planeta e lucro. Possui ações específicas voltadas à sustentabilidade, no modelo ESG, indicadores de desempenho e impacto de suas ações, adequação ao sistema ISO de qualidade e compromissos firmados publicamente.
“Como resultado, temos conhecimento e experiência para reduzir os impactos ambientais e sociais vivenciados hoje, oferecendo serviços inteligentes e expertise aos nossos clientes. Juntos, vamos superar os desafios da sustentabilidade, pois para nós a sustentabilidade não é apenas um discurso, é o nosso dia a dia”, encerrou.
Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA