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Verdadeiros heróis da pandemia do coronavírus

O Brasil e o mundo enfrentam uma das piores crises da história. Ao contrário das guerras mundiais, o inimigo agora é invisível a olho nú: é um vírus milimétrico que chegou de repente em nossas vidas e alterou planos, sonhos, projetos, quebrou o mercado financeiro e mudou a rotina de milhões de pessoas. O novo coronavírus, causador da doença Covid-19 (uma referência aos nomes corona, vírus, doença e ao ano de sua descoberta), é rápido, forte e altamente letal em grupos de risco como pessoas idosas ou com comorbidades.

Até o último domingo, 5 de abril, as mortes em todo mundo chegaram a 65 mil. O número de casos confirmados ultrapassa 1 milhão em 190 países. A boa notícia é que 200 mil delas estão curadas. Isso mesmo! Cerca de 80% se recupera da doença sem a necessidade de tratamentos especiais.

Para garantir a recuperação e o bem estar desse imenso público, um grupo de pessoas está na linha de frente dessa guerra: são os milhares de profissionais de saúde que, dia e noite, dobram plantões para salvar a vida das pessoas com a Covid-19.

Médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, técnicos de laboratório, técnicos em Raio X e outros tantos profissionais que estão em zona de combate, expondo as próprias vidas em nome da saúde alheia. São pessoas que abriram mão do próprio convívio familiar para amparar o bem estar daqueles que estão em estado mais crítico.

E eles fazem de tudo, de tudo mesmo! Inclusive, muitos precisam comprar o próprio equipamento de proteção individual, os EPIs, para continuarem a trabalhar. Esses combatentes se viram como podem, em hospitais sem recursos, sem estrutura e sem condições mínimas para oferecer os insumos básicos de segurança. No início desta semana, por exemplo, profissionais do Hospital de Ceilândia – região administrativa do Distrito Federal que está a 26km de distância do centro administrativo e político do país – divulgaram vídeos nas redes sociais para denunciar a falta de papel para enxugar as mãos.

No Rio de Janeiro, profissionais de saúde do Hospital Salgado Filho, no Méier, tiveram que usar sacos plásticos, daqueles usados para colocar lixo, no lugar dos capotes cirúrgicos. Os desafios são semelhantes em outros países. No Reino Unido, médicos e enfermeiros também usaram saco de lixo para proteger a cabeça.

Em todo mundo, há problemas com o desabastecimento de materiais hospitalares e os hospitais estão à beira de sofrer um colapso não só pela falta de insumos básicos que garantem a segurança de doentes e profissionais, mas também pelo risco de faltar em leitos de unidades de tratamento intensivo (UTIs).

E o que falar daqueles profissionais que, embora não sejam da área da Saúde, mas trabalham para garantir a boa gestão (administradores hospitalares), a limpeza dos hospitais (faxineiros), o atendimento (recepcionistas), a segurança (vigilantes e brigadistas), entre outros? Todos eles estão nessa guerra contra a Covid-19 para evitar que eu, você, nossas famílias e amigos sejam as próximas vítimas dessa doença miserável.

Em meio ao caos, a única forma conhecida, até o momento, de mitigar o avanço dessa pandemia é: FICAR EM CASA. Quem pode, deve manter-se em isolamento social, pois é a forma de evitar a transmissão do vírus, achatar a curva de contágio e evitar que os hospitais pereçam com a superlotação.

Hoje, no Dia Mundial da Saúde, nós do Conselho Federal de Administração (CFA) queremos parabenizar TODOS os profissionais da área. Vocês que, a cada dia, saem de suas casas dispostos a fazerem o melhor para salvar a vida de tantos doentes. Em meio a tantas incertezas e pressões, essa equipe superou o medo e tem feito da luta diária um compromisso de vida.

Os nossos guerreiros não vestem capas ou têm super poderes. Pelo contrário: eles usam capotes, jalecos brancos e, até mesmo, sacos de lixo e trabalham, silenciosamente, mas com muita dedicação, para garantir e resguardar a vida de tantas e tantas pessoas. E isso nos lembra o convite feito pelo Papa Francisco: “olhem para os verdadeiros heróis que vêm à luz nestes dias. Não são aqueles que têm fama, dinheiro e sucesso, mas aqueles que se oferecem para servir os outros.”.

Portanto, obrigado a você médico, enfermeiro, técnico e tantos outros profissionais de saúde por renunciarem a própria vida para servir o próximo virando noites, dobrando turnos, por essa entrega total. Não é fácil e é até difícil imaginar a batalha e as dores de quem está à frente de uma verdadeira zona de guerra.

Mas vai passar e, quando acabar, vamos sair dessa crise mais fortes e, sobretudo, mais humanos. A todos os profissionais de saúde, a nossa eterna gratidão.

Adm. Mauro Kreuz – presidente do Conselho Federal de Administração (CFA)

Adm. Rogério Ramos – vice-presidente do Conselho Federal de Administração (CFA)