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Inovação ganha contornos de caos, descoberta e planejamento

No célebre poema “Navegar é preciso”, o poeta português, Fernando Pessoa, parecia prever o cenário disruptivo atual, ao afirmar que “viver não é necessário, o que é necessário é criar”. A última palavra do verso poderia ser tranquilamente substituída por ‘inovar’.

Palavra de primeira ordem em indústrias, comércios e até mesmo no mercado de trabalho, o tema inovação tem atraído, cada vez mais, a atenção das organizações. Os motivos seriam as rápidas mudanças ocorridas no mundo — sobretudo, nas últimas duas décadas — e a introdução de novas tecnologias que prometem sacudir o mundo nos próximos anos.

De acordo com o professor e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Rubens Massa, inovação significa “romper com os costumes vigentes para reconstrução de algo novo”. No entanto, ele explica que até há pouco tempo, na prática, inovar estava mais atrelado ao prisma incremental, de melhorar algo já existente.

“Estamos vivendo um momento singular na história da humanidade. Há esta mudança de paradigma, ao rompermos com uma realidade existente, na medida em que as novas tecnologias trazem cada vez mais a ideia de disrupção”, analisa.

Segundo Massa, o mercado está cada vez mais imprevisível, por isso, até mesmo o planejamento não deve ser mais pensado em longo prazo, mas, sim, de ciclos curtos, de no máximo dois anos. Ele ressalta que a visão e a missão das empresas ainda podem ser idealizadas em prazos mais extensos, por se tratar, respectivamente, de objetivos que as organizações buscam para o futuro e a justificativa de elas existirem.

Já a inovação passaria pelo que chamou de ciclo de descoberta. De acordo com esta lógica, a experimentação dita os passos seguintes do processo de planejamento. As hipóteses seriam testadas em determinados cenários.

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Por Leon Santos