No terceiro e último dia do FIA (03/10), uma das palestras que chamou atenção do público foi sobre a “Parceria Estratégica que visa investimentos – entre Brasil e Arábia Saudita”. O maior país árabe da Ásia ainda é um mistério para a maioria dos brasileiros, segundo o palestrante Anderson Colatto, do Centro de Investimento, Comércio e Indústria Brasil-Arábia Saudita (Cicibas).
Com 2,15 milhões de quilômetros quadrados, o país árabe já tem uma visão ampla e profunda sobre a realidade econômica mundial, dos próximos anos. Por isso, instituiu plano de desenvolvimento – em diferentes setores – para os próximos 10 anos (2020 – 2030) e também realiza planos estratégicos de três em três anos, prevendo mudanças inesperadas.
Colatto revelou que além de promover parcerias estratégicas entre os dois países, sua organização faz a interlocução entre as duas culturas. Entre as ações que considerou importante desenvolver estão levar e trazer notícias e informações, sobre e para os dois países, nos idiomas português e árabe.
Um dos principais pilares de desenvolvimento da Arábia Saudita estão tornar-se o coração do mundo árabe e islâmico. Para tanto, eles auxiliariam outros países do oriente médio a realizar negócios com o Brasil, ganhando posição de mediador e destaque entre seus vizinhos.
O país árabe também deseja ser uma potência global de investimentos, ao financiar empresas estrangeiras a se estabelecerem no país e oferecer condições de infraestrutura e impostos para atraí-las. Em contrapartida, deseja transferência de tecnologia, após 15 anos. O país quer diversificar sua economia, hoje baseada na extração e venda de petróleo.
Ser um hub (local de concentração de portos e distribuição de mercadorias), também está nos planos da Arábia Saudita. Com posição privilegiada, ela está em uma das regiões centrais do globo e quer tirar proveito de sua geografia para faturar com logística (distribuição de produtos a países que estão nas direções norte, sul, leste e oeste do país).
Colatto destacou que o Brasil é uma potência comercial, sobretudo, na confecção de produtos halal (preparados segundo rituais islâmicos), mas com mercado ainda pouco explorado. Com PIB nominal de US$ 416 bilhões, o país árabe é uma das maiores rendas per capita do mundo (US$ 19.858,00), tem grande potencial de investimentos e deseja aumentar a gama de negócios que já possui com o Brasil.
Além da segurança alimentar, os sauditas ainda querem parcerias nas áreas de produção de produtos químicos, agronegócio, energia, água, indústria de manufaturas e biotecnologia. O Brasil possui expertises nos segmentos e pode ampliar, em breve, sua relação com o maior país do Golfo Pérsico.
O presidente da Cicibas destacou que os sauditas possuem 96 objetivos estratégicos que pretendem cumprir nos próximos anos, a fim de tornar-se uma das potências globais e ter autossuficiência em outros setores – além do setor de combustíveis fósseis. Colatto adiantou, ao público presente, o segredo de como fechar negócio com os árabes.
“Se você quer investir em outro país, primeiro tem de conhecer as leis e os costumes do outro país, em seguida, saber se o seu produto será recebido. Não basta querer exportar, pois é um longo processo de estudo e de adequação de produtos para que isto seja feito com sucesso”, concluiu.
Fonte: Assessoria de Comunicação – CFA