Não só de farpas se resume a relação do Brasil com a França. Na última quinta-feira (19), representantes dos dois países se reuniram na Embaixada francesa para o Colóquio Brasil-França de Gestão Hospitalar.
Quem abriu o evento foi o francês Alain Mourier que é responsável pela formação dos alunos-diretores de hospitais da Escola de Altos Estudos em Saúde Pública (EHESP), onde já atuou também como professor na área de compras e dos processos de apoio. Mourier falou sobre “A formação dos Diretores de Hospitais Públicos e Privados na França”, sob a mediação do adido de cooperação técnica da Embaixada, Damien Gairin Calvo.
Em seguida foi a vez da CEO do Hospital Santa Marta, de Taguatinga, Luci Emídio. Ao palestrar sobre “Hospitais Privados: Saúde, Gestão e Negócio”, a gestora apresentou dados do hospital, discorreu sobre as certificações obtidas como atestado de excelência na gestão. Luci também deu ênfase à parte humana do hospital e afirmou, apesar de muitos administradores da área da Saúde não darem o devido valor ao assunto, é de extrema importância no dia a dia hospitalar.
Com uma plateia atenta, o colóquio reuniu gestores públicos e privados de várias partes do país que buscavam informações e conhecimentos já aplicados que possam ser úteis em suas realidades locais.
Uma das conferências mais “práticas” foi a do diretor de Recursos Humanos no Hospital Center University de Caen, na França, Erwann Paul. Ele falou sobre “Deveres, responsabilidades e instrumentos de planejamento do diretor de hospital público na França”.
Formado em economia, Paul disse que o mundo hospitalar é bastante complexo e citou alguns dos desafios de estar à frente de um grande hospital público. “Como o diretor de hospital não é um médico, ele precisa construir uma relação com os médicos para assim elaborar seus projetos.”
Ao longo de seis horas, o evento trouxe as duas realidades: hospitais privados e públicos, tanto do Brasil, quanto da França. Ainda nesta última temática, o convidado para falar sobre “Serviço Social Autônomo – uma nova proposta de Gestão de Hospitais Públicos” foi o diretor administrativo do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal, General Pafiadache.
Durante a palestra ele exemplificou, a partir dos dados do hospital, como deve ser o olhar macro de um gestor da área e explicou que o papel do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) é semelhante ao de uma holding. É responsável pela gestão de oito unidades: Hospital de Base; Hospital Regional de Santa Maria e seis Unidades de Pronto Atendimento.
Ao final das palestras, o vice coordenador da Comissão Especial de Estudos sobre Inserção dos Profissionais de Administração na Política de Saúde, Marcelo Iwersen, moderou um painel de debate com todos os palestrantes para tirar as dúvidas dos participantes.
O conselheiro federal do Distrito Federal, Carlos Alberto Ferreira Junior, participou do evento representando o presidente do CFA, Mauro Kreuz. Na mesa de abertura estavam, ainda o conselheiro da Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França, Olivier da Silva; o diretor de Relações Internacionais e Eventos do CFA, Gilmar Camargo de Almeida; a coordenadora da Comissão Especial de Estudos sobre Inserção dos Profissionais de Administração na Política de Saúde, Gracita Hortência dos Santos Barbosa e Marcelo Iwersen.
O colóquio:
O Colóquio Brasil-França de Gestão Hospitalar constitui-se na oitava edição da série Parlons Santé-Gestão da Saúde, iniciada em 2013, em Curitiba, a partir da parceria de uma importante instituição de ensino superior e a Câmara de Comércio França-Brasil e que neste ano, a estas duas instituições, juntou-se o Conselho Regional de Administração do Paraná, um aliado fundamental na defesa da profissionalização da gestão dos serviços de saúde.
O colóquio tem como objetivo colaborar para o debate, a troca de experiências e conhecimentos, a busca de novas alternativas e a adoção de ações, com vistas ao aprimoramento da gestão dos serviços de saúde, do consultório ao hospital, do público ao privado.
Assessoria de Comunicação CFA