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Clóvis de Barros encerra palestra do FIA 2025 com o tema espiritualidade

A última palestra do dia 28/11, e que encerra o FIA 2025, foi com o jornalista, filósofo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Clóvis de Barros Filho. Ele falou sobre o tema espiritualidade, em que explicou o que é o conceito e como ele se manifesta na vida pessoal e profissional.

Barros iniciou sua palestra falando sobre o que é valor. Segundo o pensador, valor é a apreciação e a estimação que algo ou alguém recebe, sendo o seu tamanho influenciado pela relação com o objeto avaliado, como no caso de um elogio, uma crítica ou a consideração que se atribui a algo.

Professor de ética, ele arrancou gargalhadas do público ao contar questões do dia a dia que envolvem a moral, como quando é perguntado sobre o que consumiu no frigobar de um hotel e se mentisse. “Seria uma questão constrangedora no meu caso, um professor de ética, mentir sobre esse assunto”, disse em tom jocoso.

Na sequência, ele falou sobre a maneira como popularmente o conceito de valor se confunde com o de ética. “Existe ética quando um coletivo busca um modo de convivência entre seus membros, já o valor é o conceito em si que se atribui a algo”, diferenciou.

Depois, Barros explicou que os valores morais podem não coincidir com os valores éticos. Um exemplo seria na escola, quando se ensina valores éticos e não os valores morais aprendidos em casa.

“A ética se preocupa na forma como a realidade deveria ser. Já o valor são as crenças que aprendemos em casa com nossos pais ou no seio de uma comunidade específica”, diferenciou.

Ordem

Segundo Barros, de acordo com os princípios da ética, os valores coletivos devem se sobrepor aos valores individuais, isso tanto nas empresas quanto na sociedade em si. Daí parte uma das formas de entender o conceito de espiritualidade.

A espiritualidade, segundo ele, não está ligada a uma religião específica ou à busca da vida após a morte, mas sim ao desejo genuíno de melhorar a vida dos outros e encontrar um sentido existencial no amor. Ela se revela quando uma pessoa se dá conta de que existe um caminho maior por trás das ações cotidianas.

Já o amor, em sua visão, não é visto como um dever moral, mas como um valor existencial revolucionário. É a convicção de que estender a mão para que o outro sofra menos tem um valor imenso para a própria existência.

“Em síntese, vemos que esses três conceitos caminham juntos. É preciso entender todos eles, e o limite de cada um, para que a espiritualidade faça sentido de uma maneira geral”, finalizou.