O terceiro e último dia do XIX Fórum Internacional de Administração (FIA) começou na manhã desta sexta-feira (28) com um debate profundo e inspirador sobre um tema cada vez mais presente nas organizações contemporâneas: “Espiritualidade no Trabalho – Propósito, Sentido e Felicidade”. O evento, promovido pelo Conselho Regional de Administração do Distrito Federal (CRA-DF) com apoio do Conselho Federal de Administração (CFA), reuniu especialistas que trouxeram diferentes perspectivas sobre como a espiritualidade — distinta de religiosidade — pode contribuir para ambientes de trabalho mais humanos, colaborativos e significativos.
O painel contou com a participação de Jonathan Felix, Lucas Carregari e Padre Fernando Rebouças, além da mediação de Wander Cleber Maria Pereira da Silva. Juntos, os convidados abordaram temas como propósito pessoal e profissional, construção de vínculos, bem-estar psicológico e o papel da administração na promoção de culturas organizacionais mais empáticas.
Durante a discussão, os painelistas destacaram que a espiritualidade no contexto corporativo está associada à busca por sentido e coerência entre valores pessoais e práticas de trabalho. Jonathan Felix ressaltou que, nenhuma fase história e nenhuma eliminou uma pergunta muito importante, que é a pergunta do sentido: por que que eu estou aqui, o que eu faço isso, qual o caminho que eu vou escolher qual o significado que nós vamos dar pra isso.
“A religião é um sistema organizado de doutrinas de práticas de ritos, que vão oferecer respostas a essa vontade de sentido por isso que nós temos uma grande diversidade de religiões. Pessoas que não têm nenhuma religião: será que as pessoas não têm sentido? Claro que tem. Nós temos várias formas de construir sentido e de se apoiar em projetos né, ideias filosofias e ideologias de vida e a religiosidade, que é uma elaboração pessoal que nós fazemos a partir das experiências que nós temos”, disse.
Lucas Carregari compartilhou sua experiência pessoal em busca do transcedente. Além disso, trouxe reflexões sobre como a consciência e a integridade podem influenciar diretamente a produtividade e a criatividade das equipes.
“Quanto mais eu estudava, mas eu tava com vontade de entender de que forma a espiritualidade florescia. Na hora do vamos ver, decidir entre o certo e errado. A organização precisa entregar resultados ou você decide entre dois caminhos de ação muito complicado”, afirmou.
Já Padre Fernando Rebouças enfatizou que espiritualidade é um tema cada vez mais necessário. “Uma curta pesquisa na internet permite afirmar que a integração da espiritualidade no ambiente de trabalho, promovendo propósito, conexão e bem-estar, não só se mantém, mas tem se intensificado nos últimos 15 anos especialmente depois da pandemia. Então, demandas crescentes por mindfulness, por exemplo, liderança espiritual e culturas corporativas humanizadas. Disciplina sobre ética e espiritualidade, entre outros.”, citou o sacerdote.
A mediação de Wander Cleber Maria Pereira da Silva conduziu o debate para questões práticas, como estratégias de gestão capazes de integrar humanização e resultados organizacionais. O mediador reforçou que empresas que incorporam propósito e bem-estar tendem a apresentar maior engajamento, menor rotatividade e times mais resilientes — indicadores que impactam diretamente a performance institucional.
O XIX FIA encerra nesta sexta-feira uma jornada de três dias de debates, painéis e conexões, celebrando os 60 anos da Administração no Brasil e projetando os próximos desafios da profissão.
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA
