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Agronegócio não pode ser demonizado: especialista defende que o setor precisa da administração para ser mais competitivo e sustentável

A relevância da administração como ferramenta estratégica para o fortalecimento do agronegócio foi o tema central da palestra “A Administração no Agronegócio”, realizada no último dia do XXIX Encontro Brasileiro de Administração (ENBRA), em Belém do Pará. O painel contou com a participação de nomes de peso do setor: o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará – FAEPA, Carlos Fernandes Xavier; o professor João Paulo Borges de Loureiro e o administrador e conselheiro do CRA-MT, Milton Ferreira, que compartilharam experiências e reflexões sobre os desafios e as oportunidades da gestão no campo.

Milton abriu o debate dando boas-vindas aos participantes e apresentou o currículo dos palestrantes. O primeiro a falar foi Carlos Xavier, que citou as potencialidades geográficas do estado do Pará. “É um estado que é o segundo maior do Brasil, o segundo em dimensão territorial. O primeiro é o Amazonas, mas o Amazonas só tem 2% do seu território entronizado. Nós temos mais de 30%.”, disse.

O Pará é primeiro no cultivo do açaí, palma, mandioca, entre outros. O estado corre para ser o primeiro, também, em cacau e tem potencial para ser o líder na suinocultura. Por outro lado, o Pará tem um dos piores índices de desenvolvimento humano. Milton chamou atenção, ainda, para a falta de conhecimento dos ambientalistas, que demonizam o agronegócio e acabam dificultando o desenvolvimento do setor.

“Hoje nós temos o código florestal mais rígido do mundo. Uma propriedade deve destinar parte do seu terreno para reserva nativa e ainda assim, tem cientistas que falam que a Amazônia vai acabar. Falavam que ela iria ser apenas areia em 2025. Estamos em 2025 e?”, disse.

João Paulo trouxe à discussão a importância da Administração para o agronegócio. “Nunca esqueçamos que o produtor rural é um administrador nato e gerencia vários recursos: humanos, financeiros, materiais, informacionais, tecnológicos, administrativos e mercadológicos”, afirmou.

Além disso, o professor comentou que o administrador poderia atuar no segmento do agronegócio para dar suporte aos produtores. “Como é que você quer que o produtor e o empreendedor rural seja competitivo se ele não sabe calcular os seus custos, se ele não sabe precificar o seu produto. Então, a partir daí, você identifica um gargalo”, pontuou.

Um dos maiores desafios do produtor é o acesso ao crédito e a inadimplência. “E muito disso vem justamente da onde? Do fato do produtor, muitas das vezes, não ter o suporte mais adequado tanto para obter o crédito quanto para saber utilizá-lo”, falou João.

A palestra encerrou com uma de que é preciso profissionalizar o agronegócio e não demonizá-lo, reforçando que o futuro do setor passa necessariamente pela qualificação da gestão e pelo protagonismo dos profissionais da Administração. 

Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA