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Intraempreendedorismo e transformação digital dão o tom ao painel sobre gestão pública

O painel  “Gestão Pública” abriu o segundo dia do XVIII Fórum Internacional de Administração, na manhã desta quinta-feira, 05/12. Um dos maiores encontros de profissionais de Administração do mundo é realizado no Hotel Master Gramado, em Gramado, Rio Grande do Sul.

Mediada pelo diretor de Comunicação e Marketing do Conselho Federal de Administração (CCM-CFA), Adm. Mauro Leonidas, que coordena comitê ligado ao Ministério do Empreendedorismo, e é sócio da Rádio e TV Nova Belém e CEO da Podium EAD, a temática central do painel foi aberta pela diretora-geral do Senado Federal, Ilana Trombka.

Baseada em um estudo de cinco casos vencedores do prêmio da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) de Inovação, a servidora pública há 26 anos trouxe ao debate o desenvolvimento do intraempreendedorismo no âmbito público federal com foco na inclusão social.

“Eu queria entender esses casos, o que eles tinham de parecido e de diferente, para eu tentar fazer uma lista dos itens que tinham que ser desenvolvidos para ter um caso bem sucedido de intraempreendedorismo na organização. E, por fim, eu escolhi a inclusão social para trabalhar porque eu compreendi que num país que tem a pirâmide social como no Brasil, a inclusão social é obrigação”.

Lembrando o escândalo dos dados secretos no Senado, em 2009, Ilana também destacou a importância de aprender com os casos de fracassos e de reconstruir o significado das práticas organizacionais.

“Difícil era mudar a cultura organizacional, estabelecer que você precisava respeitar leis, que você não podia fazer atos e botar na gaveta, que você precisava prestar contas para a imprensa. Então foi toda uma mudança de cultura organizacional.”

Segundo a diretora-geral do Senado, em geral, essas organizações são de grande porte e têm uma hierarquia muito rígida, o que impõe barreiras quando se quer trabalhar empreendedorismo e inovação nesses ambientes, como burocracia e intervenção política. Entender essas características e como as ações gerenciais influenciavam nos órgãos públicos foi o ponto de partida para Ilana vencer desafios e trazer mudanças.

À frente da administração do Senado Federal, a gestora empreendeu diversas ações efetivas nos campos ambiental, social e de governança. Na área de equidade, destacam-se a formação da Rede Equidade, composta por vários órgãos públicos brasileiros e o Programa de Assistência a Mulheres em situação de vulnerabilidade econômica em decorrência de violência doméstica, criado por ela no Senado, inspirando mudanças na nova Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 14.133) e no Decreto Governamental nº 11.430.


Transformação digital no setor público

“Transformar digitalmente é repensar, é fazer algo diferente do que se tinha antes”. Com essa frase de impacto, a professora Titular da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Membro Permanente do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGAd), Edimara Mezzomo Luciano, deu sequência ao debate dentro do painel falando sobre transformação digital no setor público.

“Quando a gente está falando de transformação digital em governo, a gente necessariamente está falando de governo aberto, de governos que que interagem, que colaboram mais, que tem esse processo de abertura entre eles e com instituições da sociedade civil”.


Como um dos grandes desafios, a especialista citou a digitalização da sociedade. De acordo com ela, 20% dos brasileiros acessam a internet apenas por 3G ou 4G, o que dificulta a conexão com o governo por meio dos canais digitais, pois precisam usar os créditos dos celulares para outras atividades.

“Transformar um governo digitalmente não é apenas para deixar esse governo mais eficaz, para fazer mais com menos, se é que isso é possível, mas enfim, é preciso avançar. Num governo focado no cidadão ao invés de orientado a si mesmo, e depois avançar no governo 3.0, orientado aí não mais ao cidadão, mas ao indivíduo, mais personalizado.”

Com interesses em pesquisas que envolvem Governança Colaborativa , Governo Digital, Transformação Digital e Cidades Inteligentes e Sustentáveis, a doutora em Administração pontuou que a corrida pela transformação digital traz, ainda, competição de iniciativas, que acabam esgotando recursos financeiros e humanos.

E como é quase impossível falar de tecnologias digitais sem citar inteligência artificial, a painelista citou a possível regulamentação da IA.

“62% das empresas brasileiras querem investir em IA. E aí, perguntas que eu me faço, que a gente se faz nas discussões em sala de aula, nos projetos, se a gente está pronto como governo e sociedade para dar esse passo, se as nossas capacidades estão prontas, refletiu Edimara.

“Tanto a questão do intraempreendedorismo no serviço público quanto a transformação digital estão interligadas. Então quando a gente percebe que transformação é essa que nós iremos fazer nesse serviço público, e observamos que durante as apresentações nós vimos aqui muito”, finalizou o mediador do painel, Adm. Mauro Leonidas.

Até esta sexta-feira, 06/12, o XVIII FIA promove debates, palestras e painéis com renomados nomes da Administração do Brasil e de diversos países. Para acompanhar toda a programação pelo CFAPlay, acesse o site fia.org.br e inscreva-se.

 

Adriana Mesquita

Assessoria de Comunicação CFA