Não é novidade que a Covid-19 mudou a rotina das pessoas em todo o mundo. Diferente de outras crises sanitárias, esta acontece em meio a uma transformação digital que já estava em andamento, mas novos padrões de tecnologia como a internet 5g ganhou forças com o cenário pandêmico. O assunto ainda é novidade para muitas pessoas, por isso, nesta quinta feira, 24, o Conselho Federal de Administração (CFA) promoveu um o webinar “Tecnologia 5G”.
O tema foi tratado pelo gerente de Espectro, Órbita e Radiofrequência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Agostinho Linhares, e pelo PhD em Telecomunicações e coordenador do Laboratório Woca do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), Arismar Cerqueira. O evento foi mediado pela jornalista Elisa Ventura. Na ocasião, eles apresentaram um cenário da tecnologia 5G no Brasil, mostraram o porquê ela vai promover uma revolução digital e falaram, ainda, dos aspectos técnicos da radiofrequência para adotar esse novo padrão de internet.
Arismar lembrou que a televisão brasileira acaba de completar 70 anos e que ela revolucionou o modo de pensar e agir das pessoas. O mesmo aconteceu com o uso dos smartphones, que já estão em todos os negócios do país. “O Brasil tem cerca de 200 milhões de pessoas e mais de 225 telefones móveis. Temos mais celulares que pessoas e milhões de coisas que podem ser conectadas”, disse Arismar.
Pesquisador e professor do Inatel – instituição dedicada à formação de profissionais no setor de Telecomunicações e Tecnologia – ele adiantou que já estão desenvolvendo a tecnologia 6G, prevista para estar acessível ao público em 2030. “Somos pioneiros estamos fazendo pesquisa com resto do mundo”, explicou, apresentando um rápido histórico da instituição. “O Inatel fica no Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais. Foi fundado em 1965 e nasceu em meio a vários cafezais. Hoje são mais 50 laboratórios e muitos centros de pesquisa. Nosso objetivo é transformar conhecimento em inovação”, afirmou.
Mas, afinal, o que é esse tal 5G?
Para responder a questão, é preciso voltar no tempo. Quando o celular surgiu, o foco da tecnologia era a voz e a possibilidade de falar sem estar preso a um fio. Essa foi a primeira geração. Não demorou muito, veio o 2G: os aparelhos móveis passaram a enviar, também, mensagens de texto, o SMS. Com o 3G, veio a internet e os dispositivos conectados à rede mundial de computadores com a possibilidade de envio de fotos e vídeos. A atual – 4G – aumentou a velocidade da conexão e possibilita a realização de videoconferências.
Já o 5G “é praticamente um foguete e vai mudar a forma de interagir com a internet”, explicou Arismar. Ela vai possibilitar que mais produtos estejam conectados, a chamada Internet das Coisas, possibilitará aplicações de longo alcance, o uso de fazendas inteligentes que potencializará o agronegócios, a redução significativa das torres de transmissão de sinal, entre outros.
Agostinho deu detalhes técnicos do espectro de radiofrequência para tecnologia da quinta geração e do leilão 5G que está em andamento no país. O Brasil tem projeções continentais e 34 milhões acessam a banda larga, mas ainda há muitos brasileiros desconectados. “53% dos municípios sem fibra óptica estão nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo. Temos que trabalhar num arcabouço para promover essa revolução tecnológica para todos”, defendeu.
Serão leiloadas faixas de frequência em quatro bandas: 700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz e 26 GHz e já é considerado o maior leilão de espectro de radiofrequência da história. Enquanto isso não acontece, algumas empresas de telefonia já disponibilizam o 5G por meio de licenças de espectro já existentes, graças a uma tecnologia de compartilhamento dinâmico de espectro (DSS).
“Com o 5G, a internet vai chegar a áreas remotas do país. Tudo estará conectado, a comunicação será de altíssima confiabilidade, vai promover uma revolução em vários segmentos como saúde e educação. Vai melhorar a inclusão digital e possibilitar outras aplicações que vão desde a comunicação entre carros autônomos até o uso de realidade virtual para cirurgias remotas”, destacou Agostinho.
No webinar, os palestrantes também responderam perguntas do público. Uma delas fazia referência à concorrência entre a China e os Estados Unidos. Eles esclareceram que a tecnologia 5G é padrão em todo o mundo e o que há é uma disputa entre fabricantes e empresas de telefonia deste e daquele país.
Para conferir o webinar na íntegra, clique aqui.
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA