Com a recente aprovação de uma nova modalidade de empréstimo consignado voltada para trabalhadores com carteira assinada (CLT), muitas pessoas estão se perguntando se essa é uma boa opção para suas finanças. A iniciativa do governo federal, batizada de “Programa Crédito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho”, possibilita que os empregados utilizem parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia para o crédito.
Segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, até o último dia 25 de março, foram registradas 64.718.404 simulações e 8.704.759 pedidos de crédito. Desses, mais de 48 mil trabalhadores já contrataram o empréstimo.
De acordo com o diretor Administrativo e Financeiro do Conselho Federal de Administração (CFA), o administrador Francisco Costa, carinhosamente chamado por Xykim, antes de aderir a qualquer linha de crédito, é fundamental analisar diversos aspectos para evitar endividamento excessivo e garantir que a decisão seja realmente vantajosa.
“Toda novidade requer uma análise criteriosa atinente as vantagens e desvantagens. Ao considerar a adesão a um novo empréstimo consignado em 2025, é importante levar em conta diversos fatores que podem impactar essa decisão”, afirma.
Educação financeira
Para Xykim, falta cultura de gestão planejada do dinheiro no tempo. Autor do artigo “Educação financeira: a importância da gestão das finanças pessoais”, que foi publicado no livro “A Arte da Gestão”, ele conta que em um cenário econômico que passa com constantes transformações, é essencial que as pessoas aprendam a gerir as suas finanças pessoais.
“Percebe-se que o bom hábito de gerir os recursos financeiros estrategicamente é essencial para a saúde financeira das pessoas e na garantia da melhor qualidade de vida no futuro”, comenta.

O administrador reforça, ainda, que o planejamento financeiro deve ser um assunto a ser aprimorado no âmbito familiar e scolar, em especial ainda na fase de criança e adolescência. “O escopo da educação financeira não é o enriquecimento, mas sim a concepção de como aplicar da melhor forma possível os recursos disponíveis”, ensina.
Estou endividado. E agora?
Para aqueles que precisam organizar as finanças, mas desejam evitar um empréstimo, algumas estratégias podem ajudar. O diretor do CFA recomenda tentar negociar condições mais vantajosas diretamente com os credores. Outra dica é analisar os gastos a fim de eliminar despesas supérfluas. Buscar uma renda extra também pode ser uma possibilidade para o endividado colocar as contas em dia.
“Ao seguir essas orientações, é possível equilibrar suas contas e construir uma saúde financeira mais sólida, reduzindo a dependência de empréstimos”, sugeriu.
Mas, em quais casos um empréstimo é realmente necessário? Na opinião de Xykim, essa alternativa pode ser vantajosa para quitar dívidas com juros altos, para cobrir despesas de emergência, financiar projetos importantes ou quando não há outra alternativa viável.
“Em resumo, o empréstimo consignado pode ser vantajoso quando usado de maneira consciente e planejada”, ponderou o administrador lembrando que, antes de tomar qualquer decisão, é importante pesquisar, planejar e entender se a contratação do novo empréstimo CLT é realmente a melhor alternativa para resolver a situação financeira.
O que avaliar antes de contratar o novo empréstimo consignado CLT? 1. Taxas de Juros – Verifique as Taxas: Compare as taxas de juros do empréstimo consignado com outras opções de crédito disponíveis. Em geral, o empréstimo consignado tem juros mais baixos do que outras modalidades. – Taxa Efetiva: Considere a Taxa de Juros Efetiva Anual (TEA), e não apenas a taxa mensal. 2. Penalidades e Taxas – Custo Total: Avalie se há taxas adicionais, como tarifas de administração, que podem aumentar o custo total do empréstimo. – Penalidades: Informe-se sobre possíveis penalidades por atraso no pagamento ou antecipação da quitação. 3. Condições de Pagamento – Prazo de Carência: Verifique se há um período de carência e qual será sua duração. – Parcelamento: Analise o número de parcelas e o valor delas em relação à sua renda mensal. 4. Impacto na Renda – Comprometimento da Renda: Lembre-se que no empréstimo consignado as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento, o que pode comprometer sua capacidade de gastar com outras necessidades. – Limite de Comprometimento: Geralmente, o comprometimento não deve ultrapassar 30%, mas isso pode variar conforme a política da instituição financeira. 5. Necessidade do Empréstimo – Avaliação de Necessidade: Pergunte a si mesmo se realmente precisa do empréstimo. Avalie se há alternativas mais viáveis, como economizar ou negociar dívidas existentes. – Finalidade: Considere para que o empréstimo será utilizado. Se for para quitar dívidas, isso pode ser mais vantajoso. 6. Estabilidade Financeira – Situação Financeira Atual: Analise sua situação financeira. Se você estiver com dificuldades, pode ser melhor evitar mais dívidas. – Perspectivas Futuras: Considere sua estabilidade profissional e se prevista alguma mudança que afete sua renda. 7. Instituição Financeira – Reputação e Credibilidade: Pesquise a reputação da instituição que oferece o empréstimo. Leia avaliações de clientes e verifique se a instituição está registrada e regulamentada. – Atendimento ao Cliente: Considere a qualidade do atendimento ao cliente e a transparência nas informações. 8. Cláusulas do Contrato – Leia com Atenção: Antes de assinar, leia cuidadosamente o contrato para entender todas as cláusulas, direitos e deveres. – Cláusulas Abusivas: Fique atento a qualquer cláusula que possa ser considerada abusiva ou que limite excessivamente seus direitos. 9. Condições Econômicas – Cenário Econômico: Considere as condições econômicas do país e como isso pode afetar sua capacidade de pagamento no futuro. – Inflação e Aumento de Juros: Esteja ciente da possibilidade de aumento nas taxas de juros que podem influenciar o custo do crédito. 10. Alternativas de Crédito – Outras Opções: Antes de decidir, avalie alternativas, como empréstimos pessoais, financiamentos com garantias ou até mesmo o uso de economias. Fonte: Administrador Francisco Costa, diretor de Administrador e Finanças do CFA |
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA