Evento reuniu principais nomes relacionados à previdência social
Representantes do Conselho Federal de Administração (CFA) estiveram hoje, 24/04, no “9º Fórum Nacional de Controle”, evento que discutiu um dos maiores desafios do Brasil, a previdência Social. Coordenado pelo ministro do TCU Augusto Nardes, o encontro reuniu especialistas, autoridades e representantes do setor privado para buscar soluções para esse que é um dos principais problemas no âmbito do orçamento público, tanto na atualidade e quanto no futuro.
O evento teve como objetivo estimular o debate a fim de resultar em ações concretas de políticas públicas, eficazes, e em melhores práticas de governança. Segundo representantes do tribunal, a discussão visa melhorar a qualidade do gasto público em previdência e assistência social, deste modo, poderá contribuir para o equacionamento do déficit previdenciário.
Além de resolver o problema, caso o Brasil avance no tema, será possível economizar verba pública, o que possibilita financiamento em setores como infraestrutura, inovação e desenvolvimento econômico e social do País. A previdência, segundo os organizadores, enfrenta déficit crescente que consome 56% das finanças públicas, o que torna a situação insustentável.
“Estamos diante de um rombo enorme: se nada for feito, a previdência vai colapsar e não haverá recursos para garantir o pagamento dos aposentados e pensionistas. A necessidade de ação imediata é evidente”, alertou o ministro Nardes.
Para o vice-presidente do CFA, o administrador Gilmar Camargo, o problema da previdência é antigo e requer das autoridades públicas medidas eficientes de contenção de gastos e investimentos em setores que aqueçam a economia para gerar mais renda e, assim, aumentar a arrecadação sem aumentar impostos. Ele ressalta que o papel da gestão pública é fundamental para resolver a situação.
“Primeiro, é preciso economizar os gastos com inteligência, colocando o que é prioridade, sem desfalcar outros setores estratégicos para o desenvolvimento do País. Em segundo, é preciso rever o planejamento que foi feito até agora e aquele que foca no futuro para ter mais subsídios para mudar ou readequar os recursos, conforme os desafios que a realidade nos imprime na atualidade”, disse Camargo.
Já para o diretor da câmara de administração e finanças, administrador Francisco Costa, a gestão financeira eficaz é fundamental nesse cenário, mas, além disso, o problema requer ainda mais investimento em educação e qualificação com foco no empreendedorismo, tanto no setor público quanto privado. A medida seria essencial para aquecer a economia e reeducar quanto ao correto uso do dinheiro, seja pelo governo quanto pela população.
“No meio público, essa educação visaria criar novos projetos para encontrar alternativas no campo da administração financeira que estimulasse a inovação e solução do problema ora vigente. Já no setor privado e na sociedade civil, é preciso aumentar a arrecadação, mas esta não viria com o aumento de impostos, mas proporcionando meios para que a riqueza do País aumentasse de forma orgânica, ou seja, viesse da sociedade civil”, destacou Costa.
Avaliação
Para o diretor Francisco Costa, o tema do evento interessa ao CFA por se tratar de um assunto de interesse público e de gestão como um todo. Ele diz que a Ciência da Administração deve ser aplicada na gestão pública, em especial, pela necessidade de gerir o tripé da previdência social que se refere aos três pilares que sustentam a seguridade social no Brasil: Saúde, Previdência Social e Assistência Social.
“Esses três sistemas trabalham em conjunto para garantir a proteção e o bem-estar dos cidadãos brasileiros. Por isso, devemos entender o que tem sido feito e quais soluções as mentes mais preparadas no assunto têm hoje para tentar resolver o problema”, disse.
Já na avaliação de Gilmar Camargo, a previdência enfrenta desafios como o envelhecimento de boa parte da população e aumento da expectativa de vida. Outro obstáculo seria a informalidade, pois isso dificulta recolher fundos necessários para manter a previdência pública equilibrada e com saúde financeira.
“Esses são apenas alguns dos desafios que enfrentamos há décadas e que devemos encontrar uma solução. É preciso, ainda, combater as fraudes e a inadimplência existentes nas previdências, que oneram não apenas o poder público como o futuro de muitos cidadãos; e para resolver isso tudo cabe aos administradores e gestores públicos apontar caminhos, e ao governo em aceitar a solução”, definiu.
Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA